Levantou-se bem cedo. Faziam cinco e meia da manhã. Decidiu levantar-se cedo por querer ver as fases do dia amanhecendo de sua janela. Não, as grades atrapalharão sua visão. Irá além: calçará um tênis, vestirá um casaco e sairá para caminhar na pista do bosque. Assim poderá aspirar o perfume das plantas ainda molhadas pelo orvalho, ver as flores se abrirem com o dia.
A manhã está calma e silenciosa. É possível até escutar o canto dos pássaros que mais parece uma conversa. O sol luta com as nuvens para conseguir aparecer. Os níveis diferentes de claridade mudam a cada hora.
Depois de caminhar um pouco, senta-se. Tira o casaco. Quer que a luz do sol a cubra por inteiro, quer receber a natureza em seu corpo. Assim, ficará perfumada por esse cheiro levemente sufocante e bom de húmus, esse cheiro de terra perfumada por milhões de folhas e flores esmagadas.
Ela continua parada, sentada, olhando olhando olhando. Ninguém aparece. Um gato passa correndo entre as árvores. Ela está sozinha. Está sozinha e livre. Com toda essa liberdade que ela não sabe usar e que chega a sufocá-la.
O sol se abre mais. A árvore faísca de sol nas folhas. Há uma leve brisa que bagunça os seus cabelos. Mas por quê esse romantismo: que bagunça os seus cabelos? A verdade é essa. Só sei mesmo é sentir.
Cindy F.
Um comentário:
Lindas palavras...
Postar um comentário