quinta-feira, 29 de julho de 2010

Carta de um amor perdido deixada sobre a escrivaninha

Diante de toda confusão vivida antes de você chegar – sim, parece que separei a vida em antes e depois de você, não que eu tenha deixado de ser eu, mas acrescentei tantas outras coisas que mudei bastante – eu acreditava que ninguém poderia se aproximar do meu mundo. Mas então, veio você. E tudo ficou mais bonito: as cores, os dias, as músicas, as letras. Eu não pensava poder haver felicidade maior, inútil pensar assim, bem sei, encontrar paz e alegria em outra pessoa que não em nós mesmos, mas encontrar isso em você, era uma forma de encontrar em mim também. De certa forma, eu passei a ser você. E eu nunca quis ser ninguém além de eu mesma. Meus conceitos sobre amar caíram por terra, porque eu não conseguia mais pensar estando ao seu lado. Tudo o que eu conseguia era sentir. Era como se um segredo fantástico existisse entre nós. E o que mais queria, era que você nunca fosse embora. O medo que me perseguiu durante meses acabou chegando ao ponto onde estou hoje. Ele me alcançou. E todas as vezes que você segurou minha mão, me puxando para longe dele, não foram o bastante. Ele se alojou entre eu e você. E por mais que tentássemos ignorar a presença dele, sabemos que tudo mudou. Você passou a ser você e eu passei a ser eu. E todas as brigas vieram, seja por motivos grandes ou pequenos, respirar diferente passou a ser ofensa. Agora, aqui estou. Com a casa me sufocando, porque você foi embora, mas tudo que aqui está, me lembra você e tem o seu cheiro. E quando você sai, de alguma maneira, eu espalho coisas minhas pelos cantos da casa e deixo meu perfume alojado em seu travesseiro, para que quando eu for embora, você também possa se lembrar de mim.



*P.s: escrito há três meses.

Cindy F.

Um comentário:

Unknown disse...

mto lindo seu texto! gostei mto!